Fundações para Arquitetos: O que você precisa saber?

FUNDAÇÕESGEOTECNIA

6/22/20233 min read

A fundação é a estrutura que serve como base para a edificação, sendo responsável por transmitir as cargas da estrutura para o solo. Faz parte de um conjunto de projetos que são considerados essenciais para a construção, tendo em vista que o projeto de fundações está diretamente ligado ao projeto estrutural e a ausência do mesmo pode vir a causar problemas com alto custo de manutenção. Este projeto é responsável por ter as informações necessárias para ser feita a concepção, dimensionamento e detalhamento da fundação. Logo, ter conhecimento desta área é essencial para que a concepção do projeto seja realizada conforme o desejado. E, para um arquiteto é essencial conhecer o comportamento estrutural das fundações.

Existe uma interpretação “apressada” sobre as atribuições de um arquiteto, levando a ideia de que o profissional está interessado somente no que está acima da terra, ou seja, no que está visível. Mas esse profissional pode ser responsável por acompanhar obras, bem como, se responsabilizar por sua execução e este fato já é uma justificativa de como é essencial para o mesmo conhecer as condições do solo, ter conhecimentos das normas de execução e saber quais as soluções técnicas e econômicas mais adequadas para cada situação, ou seja, ter um conhecimento sobre fundações.

O conhecimento das propriedades do solo e do seu comportamento, através da interpretação de sondagens não se limita somente aqueles profissionais que se interessam pela execução de obras, ter esse tipo de conhecimento é essencial para saber qual a adequada escolha para o tipo de fundação e pode até ser decisiva na concepção arquitetônica.

Como exemplo, saber se o subsolo poderá ser utilizado só é possível tendo conhecimento do lençol freático, da sua posição e do seu comportamento ao longo de determinado tempo. Também, a escolha entre verticalizar ou horizontalizar parte ou o todo do edifício pode ser feita somente com o conhecimento do tipo de fundação adequado para o local, no caso, se a fundação será profunda ou rasa. Esse tipo de conhecimento se faz necessário até economicamente, pois as fundações profundas necessitam de um maior investimento.

Então aqui vai algumas dicas importante para você, arquiteto se atentar ao projetar:

1- Dividimos os solos em quatro grandes áreas:

a. Solos argilosos: São aqueles cujos grãos são bem pequenos

b. Solos siltosos: Apresentam tamanho de grão intermediário

c. Solos arenosos: Os grãos já são maiores e podem ser identificados no toque individualmente

d. Solos pedregulhos: Aqueles que apresentam grande quantidades de pedregulhos (rochas)

Entender o tipo de solo é importante para destacarmos algumas características. De um modo geral, solos argilosos apresentam coesão (ou seja, possuem ligações entre os grãos que ajuda na resistência), porém são normalmente plásticas (ou seja, uma vez que sofrem deformação não retornam ao estado original), isso significa dizer que são mais propensos a recalques e adensamento.

Já os solos mais arenosos possuem resistência por atrito o que pode ser traduzido em melhor resistência nas fundações entre outras características. Vale lembrar também que normalmente o que o profissional vai encontrar em suas obras, são solos que apresentam misturas destes quatro tipos de grãos e o segredo está em avaliar qual é mais característico naquele local, como areia siltosa que possui maior quantidade de areia, mas ainda possui um pouco de silte.

2- As fundações podem ser profundas, rasas ou mistas

Fundações rasas são aquelas que utilizam a camada mais superficial do solo como área para resistir aos esforços da edificação, alguns exemplos de fundações assim são as sapatas e radiers. Normalmente podem ser executadas em locais onde o solo é mais resistente e granular (maior quantidade de grãos de areia).

Já as fundações profundas são aquelas cuja profundidade de assentamento da fundação é, como o próprio nome diz, mais profunda, como é o caso das estacas.